Trocando.

E a sempre aguardada sexta feira começou com a notícia que confirmou as especulações dos últimos dias e uma (grata) surpresa,

Hamilton foi anunciado como piloto da Mercedes para 2013.

O inglês se desentende com a McLaren já faz um tempo e novos ares será a melhor coisa para o rapaz. O triste porém fica com a segunda aposentadoria de Velho Schummy, que anda barbeirando muito e deve correr esporadicamente em alguma outra categoria. A F1 perde uma atração no ano que vem.

Agora a surpresa: Sergio “Chapolim” Pérez será o piloto da McLaren em 2013.

Ahhh, mas isso estava na cara, dirão alguns, mas não acho. Apostava muito em Di Resta para o lugar de Hamilton. O escocês vem mostrando muita velocidade e é queridinho da Mercedes desde os tempos de DTM. Será que a Mercedes já não tem mais tanta voz na McLaren? Ou eu viajava e a Mercedes nunca teve voz na McLaren? Tire suas conclusões.

Voltando a Pérez. Aposta da McLaren que tem tudo pra ser acertada. O ligeirinho mexicano é rápido, constante e inteligente. Vem tendo exibições de gala (com direito a volta mais rápida na corrida de Monaco) e já tem dois segundos lugares na temporada. A McLaren se adiantou a Ferrari e anunciou o cara.

Em dois anos, vejo Montezemolo chorando de arrependimento por perder alguém como Pérez. É o tipo de piloto que não aparece todo ano.

Agora a pergunta que não quer calar: quem correrá na Sauber no ano que vem? Com a grana do mexicano Carlo Slim na equipe, não se assuste se Esteban Gutierrez aparecer na área. Afinal, além de mexicano, já é piloto de testes da equipe e terceiro lugar na GP2 este ano.

Doeu.

Não foi nada boa a corrida em Cingapura para Senninha.

Além de bater nos treinos, trocar o cambio, largar em vigésimo segundo e abandonar a prova, o brasileiro saiu com queimadura nas costas e correu risco de tomar um choque do carro.

Segundo o canal inglês Sky Sports, o problema todo foi causado pelo KERS, e Senna foi orientado pela equipe a “não encostar no carro e no chão ao mesmo tempo”, se não a chance de virar churrasquinho era grande, assim já aconteceu com um mecanico da BMW, na época em que o KERS era testado, como mostra o vídeo abaixo:

Quando o fim de semana é ruim, é ruim mesmo…

Filantropia?

A notícia do dia foi a confirmação de Rubens Barrichello para a corrida do Milhão da Stock Car.

O motivo oficial, segundo Barrica é de que aceitou o convite em troca de uma contribuição de R$ 230 mil para a entidade IBK (Instituto Barrichello Kanaan), que mantém com o amigo e companheiro de Indy Tony Kanaan.

Mas a gente sabe que não deve ser só por isso. Barrica correu na Indy, não convenceu e nem parece muito apaixonado pela categoria afinal em seu Twitter, ele comenta mais sobre F1 do que a própria Indy.

A oportunidade na Stock é ótima, pois é uma categoria de certo sucesso no Brasil (eu particularmente não sou fã) e é disputada no Brasil. Ele ficaria mais perto da família e se divertiria do mesmo jeito.

Essa oportunidade na corrida do Milhão, como diria Ronnie Von, significa.

Cingapura (resumão).

Pois é rapaziada, a coisa ta meio corrida e o blog fica as moscas de vez em quando. E pra variar, perdi mais de meia corrida ontem. Mas deu tempo de ver algumas coisas relevantes, por exemplo Don Fodones de novo sendo o piloto mais cagado dos últimos anos.

Eu já disse que ele é cagado ? Pois é companheiros, o espanhol tem aquilo que o povo adora chamar de “sorte de campeão”. Isso por que, no andar da carruagem, o espanhol realmente será campeão com toda a sorte que o ronda. Quando Hamilton liderava e partia pra mais uma vitória, o cambio prateado abriu o bico e deixou o pequeno inglês a pé. Fodones deve ter dado risada sozinho dentro do carro e continuou ganhando posições. Depois, foi a vez de Danadinho ter problemas e abrir caminho pra mais um pódio de Alonso. E quase que o espanhol leva a vitória. Quando o safety car estava na pista, Zé Buttão quase beijou a traseira de Tião Vettel.

Agora, Hamilton caiu de novo na classificação e foi passado por Heineken. A briga esta entre Fodones e Tião.

O que mais chamou atenção na corrida? Velho Schummy dando mais uma cagada e levando Verme junto; a briga entre os brasileiros, quase culminando numa porrada linda de Massa (ponto pro rapaz que segurou lindamente o carro no estreito circuito) e aplausos pra Di Reta Um, que terminou em uma ótima quarta posição. Esse deve estar na torcida pra Schummy aposentar e Hamilton assumir o comando da Mercedes.

A próxima corrida é em Suzuka. Será que Fodones terá mais um fim de semana de pura sorte?

Adeus doutor (2).

O texto abaixo foi escrito por Alex Dias Ribeiro, que por muito tempo foi piloto do medical car e braço direito de Sid Watkins nos atendimentos aos pilotos de F1.
Leitura obrigatória!
Anjos do Asfalto
 
Morreu aos 84 anos o Dr. Sid Watkins, meu ex patrão na Formula 1.  Quando ele me convidou para pilotar o Medical Car da Formula 1, nunca imaginei que isso me tornaria o homem certo, no lugar certo e na hora certa para uma missão tão sob medida, específica e única: De vítima em potencial de um esporte que matava um piloto a cada 10 acidentes, passei a fazer parte do “time dos anjos da guarda ” da F1 sob o comando do Prof. Watkins. Ao volante do Medical Car eu poderia levar salvação para o corpo e alma dos que ganham a vida no fio da navalha em um contexto divorciado dos valores do Reino de Deus.   

Foram três anos com três volantes na mão: o de Atletas de Cristo, o da Coalizão Internacional dos Ministérios Esportivos e o da Mercedes C55T em todos os GPs de F1. Fiquei exausto de dar tantas voltas ao mundo mas valeu a pena porque aprendi a argumentar a lógica da minha fé e com uma audiência sarcástica e muito esperta. Um tipo de gente que não se encontra dentro das igrejas, como os dois dessa reportagem de uma revista especializada:
Bernie Ecclestone perguntou ao Prof. Watkins:
–  Porque o Alex aceitou fazer esse trabalho sem ganhar um tostão?  
– Porque ele tem esperança de me converter ao cristianismo.
– Então dá um contrato de 10 anos para ele. Aposto que antes do fim do contrato, o Alex vai estar fumando charutos e bebendo Whisky e você não terá tomado jeito…
A cada fim de semana de Grande Premio eu passava quase onze horas no Medical Car em treinos, classificações e corridas de F1 e preliminares. Convivendo tanto tempo com gente tão inteligente, instruída e de senso de humor apurado, aprendi muito sobre medicina, primeiros socorros, politica e como a vida pode ser melhor se não a levarmos muito a sério…
Considerado um dos melhores neurocirurgiões do mundo e também catedrático no assunto, Sid criou um brilhante sistema de atendimento de urgência aos pilotos . Seu desempenho nessa área foi tão eficaz que o nomearam presidente do comitê de segurança da F1.
Bernie Ecclestone deu-lhe carta branca e força politica para exigir a construção de centros médicos equipados com heliportos, helicópteros e equipes médicas especializadas em resgate em todas as pistas. Exigir a construção de carros e circuitos mais seguros. Introduzir o Medical Car rápido para atender pilotos com parada cárdio respiratória antes da ocorrência da morte cerebral. E a contratação de quem ele quisesse para sua equipe. Incluindo eu.  
Como resultado a F1, que matava mais de um piloto por ano, reduziu drasticamente o número de mortes tornando-se o esporte de risco mais seguro do mundo. Desde a tragédia de Ayrton em 1994 até hoje, nenhum piloto morreu na F1.
Graças a um neurocirurgião que encontrou o significado de sua existência quebrando paradigmas de padrões de segurança e entrou para a história salvando  vidas não só de pilotos mas de milhares de cidadãos em todo o mundo através de dispositivos de segurança desenvolvidos nas pistas e incorporados aos carros de rua.
Vinte anos mais velho que eu, Sid costumava apresentar-me a seus convidados como seu filho e confessou em um de seus livros que era um agnóstico convicto mas se alguém algum dia fosse capaz de convertê-lo ao cristianismo esse alguém seria Alex Ribeiro. O melhor que aprendi com ele foi a arte de envelhecer bem e o significado que encontrou para sua vida.   
Juntos participamos de 48 largadas fechando o grid de 48 GPs ao volante de um carro fantástico que levava a bordo a equipe médica mais rápida do mundo. Os resgates mais dramáticos foram: Michael Schumacher em Silverstone, Luciano Burti em SPA, Pedro Paulo Diniz em Hockenheim, Henrique Bernoldi em Interlagos, quando Nick Heidfeld arrancou a porta do Medical Car e quase me levou junto. E Monza onde a roda solta de um dos oito carros envolvidos em um  acidente na primeira volta atingiu um bombeiro que morreu em nossas mãos enquanto tentávamos salvá-lo.   .
Paralelamente a minhas funções de ministro do evangelho e burocrata do esporte, Deus me permitiu voltar a pilotar. Esse tempo de grande fluxo de adrenalina e alegria foi uma dádiva de grande valor para a cura dos traumas do coração com o fechamento de um ciclo aberto em meu passado, através de um sepultamento decente para minha carreira. Esse processo agregou um significado extraordinário à minha existência, uma enorme gratidão a Deus e a uma das pessoas mais extraordinária que já conheci: O Professor Sid Watkins.
 
 Alex Dias Ribeiro

Adeus Doutor.

Morreu ontem o médico e responsável pela atual segurança da F1, Dr. Sid Watkins.

Watkins tinha 84 anos e a causa da morte ainda é desconhecida.

Watkins trabalhou para aumentar a segurança dos pilotos, melhorando a segurança dos carros, capacetes e equipamentos (como o HANS) e foi responsável pelo resgate de vários pilotos, entre eles Gerhard Berger, Martin Donnelly, Érik Comas, Mika Hakkinen, Karl Wendlinger, Rubens Barrichello e Luciano Burti. Também trabalhava e foi responsável pelo atendimento de Ratzenberger e Senna nos acidentes fatais em Ímola.

Os brasileiros se manifestaram a respeito do falecimento do doutor. Barrichello escreveu em seu twitter: “Foi Sid Watkins que salvou a minha vida em Imola, em 1994. Uma pessoa muito boa, sempre feliz. Obrigado por tudo que fez por nós pilotos. Descanse em paz”.

Burti seguiu a mesma linha, afirmando que “você e o Dr. Gary foram meus anjos da guarda no resgate do meu acidente em 2001. Sentiremos sua falta”.

Fica a homenagem a uma pessoa muito importante pra história da F1 e pro automobilismo em geral.

Putz…

Segundo o jornal inglês Daily Mail, a McLaren pensa em ter de volta Heikki Kovalainen,  caso Hamilton realmente vá para a Mercedes.

O jornal ainda afirma que Kovalainen vem impressionando ao extrair o máximo do fraco carro da Caterham e Sergio Pérez e Paul Di Resta poderiam ser opção.

Kovalainen teve temporadas em boas equipes pra mostrar serviço e não mostrou. Trazer o rapaz de volta seria uma bela duma burrada da McLaren. Chapolim e Resta Um são muito melhores e promissores.

Foi bem.

Foi ontem o teste de novatos de Ferrari, Force India e Mercedes que teve o brasileiro Luiz Razia. E o brasileiro foi bem, ficando em segundo atrás de Jules Bianchi, que já é piloto de teste e já pilotou outras vezes. Lembrando que Razia rodou menos que os outros pilotos pois teve problemas com o carro na parte da manhã.

Segundo Razia, “foi um dia muito bom. Obviamente, há muito que aprender, como o DRS e o Kers. Leva tempo para o piloto se acostumar com todas essas coisas. É um pouco difícil para novatos ter tão pouco tempo no carro, mas eu estou muito feliz com os resultados”.

A Force India também ficou feliz e impressionada com as informações que o rapaz repassou aos engenheiros.

Foi uma boa oportunidade para Razia e pelo jeito ele aproveitou bem. Se a dança das cadeiras começar na F1, creio que o brasileiro tenha chance de correr ano que vem. Mas lógico, vai precisar de dinheiro.

Reclamação com razão.

Bruno Senna reclamou com a falta de critério dos comissários na hora de aplicar punições. O brasileiro, que foi tocado por Di Resta Um e, por causa do toque, ganhou um passeio pela grama, afirmou que a manobra do escocês foi semelhante a de Grosjean em Hamilton (em Spa) e de Tião em cima de Fodones na mesma corrida.

– Foi muito claro. Eu estava com a asa dianteira muito próxima do carro dele e, claro, os pneus travaram e ele me espremeu para fora da pista. Nós tocamos. Felizmente, não nos lançamos. Mas um piloto foi suspenso por uma corrida por fazer algo semelhante e o Vettel recebeu um drive-through por apertar Alonso para fora. Foi uma decisão dos comissários, então irei respeita-la. Mas não acho que o que Paul fez foi correto. Isto é corrida e algumas vezes cometemos erros de julgamento, mas aí é a vez dos fiscais decidirem.

Realmente, Senna tem razão. Aliás, vendo a corrida, pensei a mesma coisa quando foi confirmada a punição a Tião Vettel. Ta na hora da regra ser aplicada a todos.